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Adolescência e Maturidade

  • Foto do escritor: Jovenart Produtora
    Jovenart Produtora
  • 19 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Paulo Sérgio Silva


Conhecer uma problemática contemporânea relativa a busca da autonomia e do desenvolvimento da maturidade na adolescência e suas implicações na formação do ser humano em sua plenitude é uma tarefa que envolve vários fatores. Atualmente, percebemos que há um enorme distanciamento entre a aplicação das metodologias educacionais formais nas instituições família e escola, e sua real compreensão dos processos de aquisição de valores pelos jovens adolescentes. Este distanciamento não ocorre apenas em relação aos processos, mas também em relação aos verdadeiros valores socialmente introjetados e ao papel desempenhado pelas motivações internas e sua dialética com o mundo externo.

Quando introduzimos esta crítica sobre o conhecimento do ser humano trabalhado por essas instituições educacionais, apresentamos uma denúncia e podemos perguntar: Qual é a moral preconizada pelos discursos educacionais formais e como é sua relação com a prática educativa cotidiana? Conhecem os educadores as teorias e as práticas de desenvolvimento autônomo da moralidade? Essas duas questões visam desencadear um raciocínio crítico dos costumes, crenças e atitudes dos seres envolvidos na dinâmica de formação da personalidade dos adolescentes inseridos na cultura ocidental.

Nossa problemática central é demonstrar como as reflexões críticas sobre as marcas do processo de desenvolvimento psicossocial dos indivíduos, durante a fase da adolescência, acabam sendo norteadoras para busca da autonomia e do desenvolvimento da maturidade. Ou seja, uma auto e heterocrítica pode levar a busca da autonomia e da maturidade. Este fenômeno ocorre em todos os seres humanos, mas em alguns se destaca muito mais. Quanto mais os indivíduos se questionarem em relação a seus atos, estabelecendo metas mais maduras, mais se destacará esta faceta da personalidade.

A profilaxia que vislumbramos para nossos males sociais está numa educação iluminista que desenvolva as potencialidades crítico-criativas de todo ser humano. O conceito de crítica, para nós, sustenta-se em uma concepção de acúmulo de conhecimento e desenvolvimento da razão; da não aceitação passiva nem das idéias alheias e nem das certezas elaboradas por si próprio; de um conhecimento que se constrói pelas interrogações constantes, em que a dúvida é porta-voz da busca da verdade. O sujeito criativo não é apenas aquele que inventa, descobre e transforma a natureza, mas sim aquele que sabe as conseqüências das suas ações para seu bem-estar e o dos outros, numa preocupação constante com a qualidade de vida. Educar um indivíduo para a crítica e para a criatividade é influenciar diretamente sua saúde mental. A impossibilidade de praticar estas potencialidades crítico-criativas impede o sujeito de desenvolver o equilíbrio mental, a auto-estima e a congruência. Destacamos que, para entender o desenvolvimento destas potencialidades do adolescente, precisamos conhecer muito bem o meio cultural em que vive e como seu ego nele se desenvolveu.

Este texto pretende oferecer subsídios aos educadores que, nos relacionamentos com os adolescentes, vivem a problemática cotidiana da falta de conhecimento do desenvolvimento da autonomia e da maturidade nessa fase da vida. Os pais, professores e responsáveis pelo desenvolvimento intelectual, emocional e social dos adolescentes são, em sua maioria, despreparados para lidar com os jovens. A maior parte das pesquisas e projetos de âmbito educacional está voltada para a problemática da criança, deixando de lado a fase da adolescência numa incógnita, que navega à deriva e sem compreensão. Essa da falta de conhecimento provoca conflitos e prejuízos graves para o desenvolvimento de um ser humano ainda em maturação. Alguns pressupostos básicos da relevância e contribuição dessas problematizações para a Teoria do Conhecimento são decorrentes de uma proposta de modificação da Filosofia Educacional vigente, extremamente ultrapassada e diagnosticamente doente em seus modelos de tratamento aos jovens adolescentes. Precisamos saber quais são as concepções de adolescência estabelecidas nas instituições sociais, e assim saberemos realmente, quais são seus procedimentos em relação aos jovens. Somente quando um indivíduo tem uma concepção bem formada sobre alguma coisa é que ele pode estabelecer bons parâmetros para sua ação. As propostas de modificação da Filosofia Educacional vigente estão inseridas na relevância, pertinência e urgência de modificações das relações dos educadores com os jovens, dos jovens entre si, e da família com a escola, como duas instituições que são atualmente dissonantes, quanto às suas significações e seus papeis. Resgatar a necessidade de propostas de modificação das práticas estabelecidas na escola e na família, é uma decorrência das reflexões oriundas de minha experiência de muitos anos com jovens adolescentes, no consultório e no magistério.


 
 
 

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