O Desemprego e suas Angústias
- Jovenart Produtora
- 29 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Simone Mattos, psicóloga pela UNESP, com especialização em Psicologia da Educação pela USP e Mestrado pela UNESP.
O desemprego preocupa muitos brasileiros, preocupa aqueles que estão desempregados e preocupa aqueles que estão empregados. O Brasil chegou a março de 2022 com um saldo de 12 milhões de desempregados, uma taxa de desocupação de 11,1% da população economicamente ativa. No trimestre de janeiro a março de 2022, havia cerca de 27,3 milhões de pessoas subutilizadas no Brasil. Já o contingente de pessoas desalentadas – que desistiram de procurar emprego porque perderam a esperança de se recolocar no mercado de trabalho – foi estimado em 4,7 milhões[1].
Os números são do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), com base na PNAD.
Para os que estão empregados ocorre a insegurança e receio de perder seu emprego. O trabalho faz parte da vida do indivíduo e produzindo ele se torna parte integrante da sociedade, mas se está sem produzir e sem uma renda para o seu sustento e o de sua família vive um desconforto uma angustia, muitas vezes até humilhado. Perguntas como: será que hoje eu consigo alguma coisa? Ou será que hoje eu terei mais sorte do que ontem? Permeiam o cotidiano de quem está sem emprego. A situação da sociedade contribui para essa angústia, pois a cada dia que se passa a mídia anuncia uma noticia: o número do desemprego diminuiu, ou o número do desemprego aumentou. A angústia ainda é maior para aqueles indivíduos que possuem menos oportunidades de oferta de emprego, muitas vezes em função da qualificação profissional. Outras vezes sofrem cobranças da sociedade e da família no sentido de uma atitude mais rápida na conquista do trabalho.
Com toda essa situação, como fica os sentimentos desse indivíduo que sai todo dia para procurar emprego e que muitas vezes retorna para a sua casa sem nada encontrar? Essa pessoa entra num estado de desânimo, de tensões nervosas e de depressão. Começa a imaginar que não tem capacidades para mais nada. A autoestima fica rebaixada e esse indivíduo sente-se desvalorizado perante a sociedade e sua família. Mas o que fazer para se fortalecer? O indivíduo tem que enfrentar o problema e começar a se valorizar, descobrir suas potências e capacidades e perceber que é um ser humano igual aos outros e, portanto pode criar estratégias de enfrentamento dessa situação. Buscar motivação interna e práticas que contribuem para o seu bem-estar. É importante estar próximo de quem lhe dê apoio. Manter um diálogo com familiares e amigos sobre o que está lhe preocupando. Procurar os recursos de sua comunidade no intuito de realizar cursos para aperfeiçoar-se. É interessante manter um contato com pessoas que lhe possam ajudar. É importante ser persistente, traçar planos e metas até atingir os seus objetivos. Não perca as oportunidades de qualificação, estudar nunca é demais.

[1]https://spbancarios.com.br/05/2022/caged-brasil-tem-12-milhoes-de-desempregados-emprego-bancario-retrai
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