Família
- Jovenart Produtora
- 28 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Paulo Sérgio Silva
Independentemente da condição social, a família desempenha profunda influência no desenvolvimento emocional do ser humano. Ela mantém, entre seus membros, uma hierarquia sexual e etária, sendo o núcleo do parentesco e da afetividade. Muitos pais procuram controlar explicitamente o comportamento dos seus filhos, desejando, assim, que eles se adaptem ao convívio social esperado por eles e pela sociedade. A família, de uma maneira geral, tem um caráter conservador que, geralmente, proporciona um conflito com as novas gerações que surgem e que contestam os valores perpetuados pelo sistema social.
Conflitos nas relações familiares ocorrem e os traumas ficam na memória afetiva. Nossos sentimentos fluem com muita facilidade nas discussões, nos momentos felizes e tristes. Problemas financeiros, a autoridade paterna e materna, as diferenças dos valores, tudo influencia. Podemos afirmar que a ideologia dominante seja definida pela família burguesa, que é difundido entre outras classes sociais, proporcionando assim uma hegemonia do padrão burguês.
Na sociedade capitalista, o núcleo familiar tem como função básica garantir a manutenção do capital nas classes superiores e, nas classes populares inferiores ( subalternas ), a reprodução da força de trabalho. No seio familiar, mantém-se, nitidamente, a internalização das ideologias da relação capital-trabalho; num tipo de família, irá se valorizar o capital ( propriedades ); no outro, irá se valorizar o trabalho ( emprego ).
Nas famílias das classes subalternas, que compõem a maioria da sociedade, esse caráter ideológico é muito sentido quando ocorre o desemprego de um de seus membros, principalmente se este for o pai. Nas classes subalternas, internaliza-se a ideologia de que, através da venda da força de trabalho, acumula-se a riqueza. Esta ideologia é uma representação de crenças que encobrem a realidade, falseando-a e não permitindo perceber e questionar as contradições sociais.
Devemos rever as atitudes de cada componente do núcleo familiar. O diálogo franco e calmo ajuda muito. Saber falar e ouvir. Muitos problemas são causados pela fata de uma boa comunicação, pela falta de empatia. Guardam-se rancores que corroem a paz e as relações ficam negativas. Não sabemos pedir desculpas, não sabemos criar um clima de respeito. É muito comum colocar a culpa em alguém. A culpa é de todos. Uma família deve buscar auxilio terapêutico quando não consegue aliviar as tensões e conflitos. E podemos ser muito felizes no aconchego familiar. E nossa felicidade depende sempre da felicidade dos outros. Para receber amor devemos dar amor.

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